Perguntas Frequentes
Publicado em 01 de agosto de 2012
E a experiência?
O questionamento da falta de experiência dos novos representantes do povo equivale a dizer que nós precisamos dos atuais políticos e que a experiência deles é fundamental para o nosso bem estar e para o bom funcionamento das instituições democráticas.
A verdade é que não estamos recebendo nenhum benefício dessa experiência. Muito pelo contrário. Políticos que há anos nos representam costumam ser usados como exemplos da deteriorização de caráter e da " flexibilização ética" que, passa a ser necessária à sobrevivência daqueles que buscam sua profissionalização como representante público .
A experiência não é fundamental. Os próprios políticos reconhecem isso. Nunca ( veja bem, que a palavra escolhida foi nunca ao invés de raramente ) se ouviu falar de qualquer parlamentar, prefeito, governador ou mesmo presidente da república que tenha se desculpado por um primeiro mandato sofrível alegando sua falta de experiência na função pública.
Para reforçar esta afirmação, aparecem ainda grandes figuras políticas da humanidade que marcaram seus primeiros mandatos pela competência e capacidade política. Talvez Abraham Lincoln possa ser utilizado como o exemplo mais evidente da falta de importância que tem uma prévia experiência no setor público .
Junto com este ex-presidente dos Estados Unidos estão muitos outros exemplos de pessoas que fizeram excelentes primeiros mandatos e servem como prova de que os valores éticos e a capacidade administrativa são totalmente suficientes para determinar a qualidade na condução da tarefa pública.
O juri popular pode ser usado ainda como outro exemplo. Esta instituição tradicional mantém há seculos a confiança do cidadão comum somente pelo fato que cada grupo é formado por pessoas diferentes. Certamente a justiça já estaria sob suspeita caso entregássemos a análise dos crimes a jurados profisssionais. É inaceitável supor também que na escolha desses jurados seja incluída como necessária uma experiência anterior nesta atividade.
Um político do poder legislativo não é muito diferente de um jurado. Ele está ali para representar a opinião do grupo social que o escolheu. Se a renovação constante vem funcionando há séculos no judiciário, deveria ser adotada também no poder legislativo e até mesmo no poder executivo.