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Publicado em 08 de abril de 2015


Reforma Política

Reforma Política
Mario Braga
Uma mudança no atual sistema eleitoral é necessária e urgente mas será tolice permitir que ela seja proposta pelos políticos. Não podemos deixar que aqueles que nos revoltam e entristecem finjam que estão propondo uma auto-moralização e acabem por nos enganar mais uma vez .

A reforma precisa ser elaborada por aqueles que estão revoltados com os insultos que vêm recebendo da classe política. Cada novo escândalo de corrupção representa na verdade mais um tapa na cara dos eleitores. Isto nos leva a crer que a verdadeira mudança só vai acontecer no dia em que os políticos profissionais saírem de cena. Não é muito difícil imaginar que nossa vida seria melhor sem a presença nefasta deste pequeno grupo ( 0,1 % da população).

Precisamos começar com a substituição geral de todas as pessoas que hoje exercem cargos eletivos ( comumente chamados de políticos ) e continuar no futuro com o estabelecimento de uma regra que não permita o surgimento de novos políticos profissionais. A representação pública pode e deve ser exercida, por pessoas diferentes e escolhidas entre as pessoas de destaque nos 99,90 % restantes da sociedade.

Este sonho, embora a primeira vista pareça utópico só depende de um parágrafo na reforma política incluindo inelegibilidade automática aplicável a todos os cargos eletivos. O cidadão, exerce o mandato ( vereador, deputado, senador, prefeito, governador ou Presidente da República) e, ao final, volta para sua atividade de origem. Desaparece desta forma a figura do político profissional e os nossos representantes passam a ser empresários, donas de casa, estudantes, profissionais liberais, advogados, médicos etc.

Alguns se dizem preocupados com esta mudança constante de representantes pois traria sempre pessoas inexperientes. Quem levanta este tipo de argumento não se dá conta que está saindo em defesa dos atuais políticos e reconhecendo sua dependência neles. Trata-se de uma alegação apressada pois não encontra sequer um único exemplo na história do Brasil. Nunca ( nunca mesmo ) tivemos um político que tenha reconhecido falhar no seu primeiro mandato por falta de experiência. Para um bom mandato no poder legislativo o futuro parlamentar precisa somente boa formação e bom caráter, nada mais do que isso.

A experiência prévia em administração é desejável evidentemente para os cargos do poder executivo onde devemos procurar administradores que já tenham mostrado sucesso da gestão de finanças e de recursos humanos. Incrivelmente, o modelo democrático decadente que vivemos hoje insiste em nos fazer pensar que um bom governador ou prefeito deverá ser escolhido somente entre aqueles políticos profissionais de destaque. Um lamentável erro de avaliação que tem nos custado muito caro.

Outros, também insistem em lembrar que este tipo de democracia não existe em nenhum outro país do mundo . O argumento é desnecessário pois a discussão deve se concentrar unicamente nas vantagens ( ou desvantagens ) de uma renovação constante . Para nossa sorte o inventor da roda não levou em conta que aquilo ainda não tinha sido inventado nos Estados Unidos.

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